31 de março de 2009

E->L. mídias. [email — um entre outros].
 
de:daniel chueke (danielchuekejablonski@hotmail.com)
enviada:domingo, 29.06.08 0:46:20
para:luiza novaes  (luiza_novaes@hotmail.com)
não L, eu não entendo o que quer dizer isso. eu não vejo, eu estou cego. eu não sei quem é L. é a sua distancia, eu vejo. mas conceda que não a vejo à distancia. não vejo se não está. eu não vejo nada, o que não soa nada bem para um pretendente à fenomenologia. é piada, mas é coisa séria porque é uma figura de linguagem, e a gente se entende pela linguagem. nesse seu estilo torto e sem maiusculas no inicio das frases, nesse meu enamorado do Beckett que comprei ha alguns dias. de frases curtas, curtas demais. enfim, voce não sabe, eu não estou. não estou aí. a distancia tem disso, a gente não sabe. nunca. nada. é assustador. voce ainda é minha e eu não aprendi a dividir minhas coisas. sou um burguesinho de Ipanema, no fim das contas. mas estou tentando lidar com isso. e já fico feliz de te ouvir feliz, porque seu estilo torto, L, é estilo de gente feliz, que se preocupa com estilo. que pode se sentar com relativa serenidade de corpo e alma e pensar no outro, a quem se ama para além do corpo e da alma. mas que não é quem te dá essa serenidade, que é de gente amada sem qualquer distancia. enfim, voce não sabe quem eu sou, é obvio. nós não estamos. eu não sei quem é L. mas acho que pode ser uma aproximação. 
[...] fico feliz de te ouvir feliz, mas ver não. porque escolhemos a distancia. não ver nada, nem o bom nem o ruim. [...] eu posso gostar dele, se te faz bem, um bem que eu não te faço mais e que gostaria fudidamente de fazer. mas não ver. a promessa era tambem essa, a de não ver, não é mesmo?

Nenhum comentário: