Inconfessável n.1 o engajamento — panasonic DMC-FS3. [eu não quero-dizer mas vou. eu não sei o que mas vou. é porque é tão complicado. é porque é tudo tão longo. é porque é tudo tão lento]. porque tem já um tanto de tempo, fora de qualquer gráfico possível, fora de qualquer traçado retilíneo imaginável, que a questão da fotografia como reflexão tem me atormentado. NOTÍCIA: adquiri recentemente um aparelho digital para não-tirar-fotos, porque n’um reflex Nikon FM10 não podia evitar, porque eu já quis mas não mais ser fotógrafo: uma questão de anarquia prática. mas essa merda de metáfora da relação! da luz e da imagem, do visível e do invisível, de la pudeur et du voyeur — do desejo, o que mais? — dessas coisas do meu corpo: o problema da minha abertura e exposição ao mundo. tem tanto tempo que já não recordo. pode datar do traço erótico: leitura de Morte em Veneza em 3 tempos, um artigo de 06’. ou d’um email E->L. [Luiza, sabe bem que fotografo, que no fim das contas tenho órgãos no meu corpo, dentre eles um diafragma] datando do ultimo dia de 07’. ou ainda d’um outro L/E. de 09’ sobre a questão do tempo e da luz na poesia contemporânea, em preparação. ou quem sabe d’um M/E. em meados de outubro 07’ [no que tange a questão da reflexão, do reflexo, do refletir, do refletido, do refletor, da flexão, da inflecção, do inflectir, do flexo, da flexura, da flexibilidade, etc.]. pode simplesmente datar finalmente de poucos dias atrás, de quando S. vira e me diz como se nada, S.=>E entre um café e outro: quand tu t’arrêtes de parler c’est si comme tu n’allais plus jamais reprendre la parole. et tout à coup ton visage reprend cette expression...et tu sais quoi ? c’est comme si tu devenais opaque. — mas deve datar mesmo de algum lugar no meio de 08’, que é também o vir à luz de uma adolescência muito mal resolvida.
[então tá, a questão da opacidade e da transparência como nomes da política do estar aí. pode ser filosofia, mas não fui eu quem começou. esquema (S. L. L. M.)/E.]
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