2 de fevereiro de 2009

E/L.4 porque ontem mãe, 29.01.09, era agora ou nunca a juventude — o beijo na face foi como um tapa, o despertador, o sol, o aparelho, a fumaça, o punho próprio cerrado, o appel à Grève Générale en France. todos esses nomes do cubo vazado pelo tempo. pelo tempo da própria escrita, da história, da convulsão, da narrativa, pela escrita francamente obsessiva do tempo no meu caderno preto Moleskine 2008-9. no meu e no de T. Marinetti,
o caderno de 1908-9-10, que eu li assim encantado como se olha um desenho, mais intuindo que entendendo, uma imagem do próprio tempo, esboçando e registrando a violência do futurismo como engrenagem lógica da amizade.

ou de quando e como o tempo concreto, vindo d’uma inesperada Itália tardiamente pós-Giotto, informada das pesquisas do francês B., fez por bem invadir os cafés de Montmartre à pontapés, como se n’um happening sessentista, escandalosamente prefigurando o happening sessentista e todas esses soirées dada e surrealistas que o tempo viria a registrar. um único caderno impresso, a marca do punho próprio de uma certa juventude enamorada das máquinas, trens, aviões, metrôs, canos e tubos de aço, à la une du Figaro du 20.02.09, vous vous figurez une chose pareille, madame? à la une! solapando as cadeiras e assuntos de todo dia (de ordem naturalmente transcendental, é claro) aos cavalheiros aí instalados — porque estava escrito em francês e era para eles : 

[le courage, l'audace et la révolte, éléments essentiels de notre poésie]

poetas franceses que não tendo como fugir ao som de sua própria língua, antes tão somente impressa na inércia dos caracteres decorativos de seus cardápios, nas carcaças francofônicas das ostras e patês, língua ora feita estrangeira no tumulto na sudorese e no grito estrangeiro 

[les foules, agitées par le travail, par le plaisir et par l'émeute] 

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