E/L.11 não pudesse, por definição, e que por isso se vissem constrangidos a declarar, como o fizerem, oficialmente:
« il y a une mobilisation, mais ce n'est pas une extrême mobilisation. c'est moins que les défilés contre les retraites, en 2003, et contre le CPE, en 2006 »
e em tom de desdém
« ce n’est que de la prose déclamatoire, incohérente et bouffonne, simple fumisterie ».
sei que parece absurdo mãe, mas é que hoje ainda, há o que se destruir em Montmartre, cem anos já, enquanto seu Moulin de La Galette (8° 53′ 14.63″ N, 2° 20′ 13.36″E) não tiver sido engolido por uma estação de metrô muito maior do que Abbesses ou Lamarck, sua Place Du Tertre (48° 53′ 12″ N, 2° 20′ 27″ E)! le mouvement agressif, l'insomnie fiévreuse, le pas de course, le saut mortel, la gifle et le coup de poing! o despertador, o sol, a auto-estrada, a cidade — a noção de cidade, Paris depois das 23 horas! de 1, 1 à 2,5 milhões de manifestantes nas ruas, 300 mil em Paris na direção de Opera Garnier! a marca do punho próprio de uma certa juventude enamorada das máquinas, trens, aviões, metrôs, canos e tubos de aço! à la une du Figaro du 20.02.1909, du 29.01.2009, vous vous figurez une chose pareille, madame? ces petits plaisirs hors du temps et ces grandes souffrances cubiques, non ? ora, parce qu’on s’y attache, você não retornou minha mensagem, pela escrita francamente obsessiva do tempo no meu caderno preto Moleskine 2008-9 et boutez donc le feu aux rayons des bibliothèques ! porque cubos não fazem rodar as rodas do trem! porque o metrô ainda não se move rápido o bastante! não passa por cima, no meio, dentro de Sacré-Cœur, não faz crescer arranha-céus em seu caminho, não funciona de noite, não faz o estrondo ensurdecedor do futuro, não acorda os vizinhos, gritei na rua à pleine voix à bas le nu en peinture! il faut détruire Montmartre! porque não inunda museus, não sai explodindo da terra, não atropela o presente pelo caminho! porque o colossal elevador de aço da estação Abbesses ainda não é grande o suficiente! ainda não é concreto o suficiente! como o tempo! como o tempo! mãe, porque ainda se pode sentar, nos bancos, nos eixos, no metrô em direção à Montmartre.
5 comentários:
filho meu,
cuidado, eu diria, ao destruir qualquer coisa que outros levaram tempo para construir. e depois "à quoi bon?" propor um movimento de sobreposiçao a existencia e aos limites do cubo pode trazer incriveis surpresas ou apenas novas pensamentos que em si comportam a proxima revoluçao
nao entendi lhufas, mae.
entao estou conseguindo falar na tua lingua..só estava dizendo que uma melhor maneira de "destruir" é construir outra coisa nova, melhor e diferente. assim o que esta para tras se apaga automaticamente.
muitos beijos e saudades.
demorei 4 meses para ver mas é um lindo trabalho.
eu estou muito mas muito feliz que você tenha visto, chico. saudades mil. te espero em Paris.
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