3 de janeiro de 2009

em 02.11.07 uma re-leitura de André Breton na minha sala de jantar, que era pra fazer sentido da beleza convulsiva de Paris em 1927, portanto, 80 anos antes, lorsque lui, il s'enferma dans le manoir d'Ango, près de Varengeville-sur-mer, pour écrire Nadja, se trouvant à un carrefour important de sa vie privée. Parece que então, aos 31, na mesma dobra 7-8 (1927-1928) la parution du récit finit par marquer aussi un détour important de son œuvre par l'Amour fou
et du mouvement surréaliste.
que era texto, desenho e amizade. uma dobra desviante, para o surrealismo, e que angula em 29.12.08 na strada SS439 direção Volterra, na letra cantada ao vento frio d'um posto de gasolina qualquer; coisa como non esiste l'amor, un altro 45 giri che Celentano porta al sucesso dominando la hit di vendita dell'estate '61 e canzone super-gettonata nei juke-box sulle spiagge in quella stagione. Tese de não-existência do dito sentimento, sustentanda por Adriano C., nascido precisos 10 anos depois do amor convulsivo e louco de Nadja, portanto em '38. Figurando já aos 22 em La Dolce Vita de 1960 (como ator que era também bem como todo italiano modelo '60), na cena da pseudo-antiga boate romana, onde Marcello faz sua primeira investida em Sylvia; e tornando-se estrela de primeiro plano na Itália de Fellini, lançando até 2008, 40 albums, 3 ao vivo e 8 compilações; críticos acusam '68 como o seu ano: melhor atuação, em Serafino, dirigido por Pietro Germi, e lançamento do que viria a ser sua música mais conhecida, Azzurro, com letra de Paolo Conte.
enfim, não sou só eu a pensar sobre/ isso/ nisso, eu sei, no amor naquele ano '08, e não só no Rio de Janeiro, não só com os subterrâneos, não só com música, não só com letra
mas com um movimento de corpo inteiro


mas é que então, o amor, lui, il est fou ('27-'07) ma non esiste ('61/'68-'08), ou o contrário; e eu não entendo o que se passou nesses intervalos 28-68-08, que tempo foi esse; nem o que passava pelo corpo da juventude de Breton aos 31 em 28, nem na de Celentano aos 30 em 68; eu não sei o que se passa na minha aos 22 em 08 -- nem o que se passa nem o que é isso, justo isso, o amor, que eu jurava saber, de tanto pensar, de tanto escrever, de tanto sugerir coisas e teses sobre ele, de existência ou inexistência, de valor ou de grau; ora, vamos lá, eu não sei mais o que é, há um ano já, e talvez por isso em algum momento tenha tido de guarda-lo n'uma mala com as minhas roupas e meia dúzia de livros que me diziam alguma coisa, despacha-lo do Galeão à Roissy CDG, para acabar guardado na cave umida do meu prédio no 5, rue Henri Dubouillon 75020, Paris 20ème. continua lá, enquanto

e eu queria-dizer algo, hoje, aqui (80 anos depois de Ango, 40 depois de Azzurro, e alguns meses depois do Youtube) em Paris, pra fazer sentido do ano, do tempo, da amizade, da língua, do corpo, da casa, enfim, todos esses nomes do amor, mas não posso, porque não é nada disso, ou não é só isso, porque não é só sentido. não é só um sentido, porque é tudo no plural.

l'année de 2008 sera CONVULSIVE ou ne sera pas. 

9 comentários:

Lucas C disse...

2008 : 2009 : 2010 : 2011: 1968 : 2047 : 1928 : 2008 : 2008 : 2000 : 2009. Casa, amizade, língua, corpo, sentido, amor - nao é só sentido, tentei ligar pra casa hoje, ninguém atendeu, vou te dar uma ligada no cel. Aqui, nessa curva, nesse fluxo, nessa contramão : FELIZ ANO NOVO leskito, mais uma vez : até amanhã ou depois, e que esse ano seja convulsivo, que o sentido seja plural e variável!

Anônimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=jl204CfCGRg

Unknown disse...

Caríssimo,

"Nul ne meurt si pauvre qu'il ne laisse quelque chose"

Até breve.

Anônimo disse...

"a melhor definição do amor não vale um beijo da namorada".
eu te amo. você me ama. isso é amor. não tem a ver com o que você teorizou, leu ou escreveu: analfabetos também sofrem de amor.
eu te amo. você me ama. isso é amor. e se for grande, vai esperar nosso encontro. e seremos felizes e convulsivos misturadamente.
beijo pra ele.

Anônimo disse...

mas para haver o plural tem que haver um , mas para haver um tem que haver o plural !

Daniel Jablonski disse...

Caro senhor Dias, o único livro de Deleuze que li foi o comentário de Bergson justo para este trabalho. Não obstante, o que você me diz com exclamação me diz alguma coisa, e é porque vou tentar responder em algum momento.

Anônimo disse...

responder,nao se limite, por mais que isso seja formal,mas pense como pensamento,aliás,isso é mais que o demais ... basta! tempo é impermanencia e a criacao se perdura nele embora nao ha conceito dele,mas formaliza,onde em sentimento para assenturar oque tem cultura,ou até mesmo ao tentar escapar perante ao espaço,mas onde moraria esse instituto?ou é uma dádiva?

Anônimo disse...

*assegurar

Anônimo disse...

e é instinto,
ainda que o erro assegura!