o norte-americano Neil Armstrong pisa na lua. Daniel deita-se em Paris. os olhos cerrados. não é sua cama. seu pai, Silvio, e seus avós, Cecília e Pedro Jablonski, assistem tevê ou vão ao cinema no Rio de Janeiro. é o golpe militar no Brasil. Daniel espera a enfermeira aplicar-lhe o contraste. ele finca o estandarte americano. seu pai, ainda adolescente, indiferente, seus avós anticomunistas ferrenhos, entusiastas. [seu pai, 40 anos depois, admite : boas razões para isso]. Daniel teme pela sua visão. eles pela estabilidade política e econômica do novo pais. um grande passo para a humanidade. a máquina orbita em torno de seu crânio. o primeiro homem e comunista à ir ao espaço, Yuri Gagarin, corre o mundo à promover a tecnologia espacial de seu país. seu pai engaja-se pela causa proletária. ruptura familiar. prisões sucessivas. o herói soviético é recebido com festa no Brasil de Jânio Quadros. Pedro acompanha Silvio à delegacia num fusca com vidros escuros. vou junto ! são encapuzados pela policia militar brasileira. é condecorado com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Daniel levanta-se. aguarda o resultado do exame na sala de espera. scanner cerebral. é a segunda vez. pensa. a primeira em outro continente. um pequeno passo para o homem. a república das bananas brinca de terceiro reich. 20 anos depois. — é, em suma, o que Gagarin teria visto se não tivesse morrido num desastre de avião, nos arredores da cidade de Kirzhach, em 27 de Março de 1968.
15 de novembro de 2009
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Um comentário:
ground control to major gagarin.
i still miss you.
1968 is blue and there's nothing i can do.
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