5 de julho de 2009

estudo n.2 - os componentes da máquina em número de 6.


pai, a única coisa que guardo comigo e olho dia sim dia não com mais ou menos atenção entre todas as minha tralhas de viagem ? que pergunta ! é claro que não faz sentido, mas sabe o que ? faz ! faz ! faz todas aquelas gentes caírem ao chão mortas como coisas caem sobre o betume d’uma praça em Paris. só faz. [o revolver é um aparelho de ação. bam! bam! le sang dans la fontaine, le désespoir, les cris les cris!] você tinha de ter escutado, pai, bam! bam! enquanto isso, em 1968, lia-se : le « sur-moi » s’incarnait jadis dans la famille, dans le père ; nous entrons aujourd’hui dans une « société sans père » : c’est l’appareil (encore un mot-clé de Marcuse) de la production de masse et de l’ « administration des consciences » (la formule est de d’Enzenberger, mais elle est marcusienne) qui fait fonction de sur-moi et il n’y a plus de moi ; plus de désirs individuels, plus d’esprit critique ».

[pai, eu estou sozinho no mundo em Saint Fargeau e você estava lá, impresso uma pedra à mão, ação e reação à la une, madame ! de um jornal da cidade do Rio de Janeiro].

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